quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Os Aforismos de Oldemar Justus

Nascido em Ponta Grossa, em 29 de junho de 1922, Oldemar Justus foi compositor e poeta. Dono de uma linguagem original e retórica de profunda espiritualidade, ocupava a cadeira 30 da Academia Paranaense de Letras. Sua poesia comporta a mistura entre o romântico e o filosófico e fez parte de sua vida como uma espécie de traço intermediário entre este tempo e o outro desconhecido, mas vislumbrando através da arte a sua grandiosidade e beleza. Sua obra foi bem recebida pela crítica face à sua qualidade estética.
Fonte: http://www.jmnews.com.brindex.php?seto

Obras: Feito Pássaro, Um Novo Canto, Volúpia, Ecos e Silêncios, A Alma e o Tempo, Tempo Breve, Além das Estrelas e Folhas Soltas, sem embargo de outras publicações em antologias.

Sobre o autor disse Aramis Millarch em artigo de originalmente publicado em 27 de julho de 1989:

Oldemar Justus, paranaense de Ponta Grossa, publica novo livro: "Ecos e Silêncios", (editora Folha do Rosto, 141 páginas). Entre "Feito Pássaro" (1984), seu primeiro livro a esta nova coletânea de textos poéticos, nos quais cultua o humor e a reflexão - numa linha que pode até se colocar como influenciado pelo mestre Mário Quintana - Oldemar mostra uma profundidade de quem, ao longo de uma vida em que sempre soube conciliar o trabalho técnico (é economista, dono de uma das mais respeitadas auditorias fiscais do Sul) e o talento musical) acordeonista, compositor, já com 8 belas músicas gravadas em compactos independentes), com uma poética visão do mundo.

Na descrição de quem realiza um trabalho intelectual pela satisfação de externar sua sensibilidade, sem preocupações (e pretensões) maiores, distribuindo os discos com suas músicas e seus livros aos amigos, Oldemar vai, dentro de seu mundo, deixando as mensagens naquilo em que acredita.

Lapidando o estilo poético em três livros ("Feito Pássaro", "Um Novo Canto" e "Volúpia"), mais a participação em seis antologias, Justus, 67 anos, atinge a síntese que caracteriza os poetas na maturidade a começar pela simplicidade com que abre o livro:

"Era uma estradinha à toa,
nem beleza tinha, nem destino tivera,
não fosse a estrada dos meus passos".

Com humor, sem temer a ingenuidade, Oldemar diz:

"Há sol para todos.
O que não há para todos
É sombra e água fresca".

Na página seguinte, outra reflexão:

"Era um espelho safado,
cujo fado era mostrar-me
Cada dia mais velho".

Ilustrado por Sônia Yamanouchi, com imagens soltas, tendo cuidado em fazer uma edição bem cuidada graficamente (capa de Arnaldo del Monte), Oldemar Justus procurou simplesmente dar a sua visão do mundo, "navegando em divagações filosóficas em forma de poesia, entremeada de para-frases, hipérboles e sínteses", como diz Túlio Vargas, na apresentação:

- "Há nos seus versos, um amontoado de estrelas, passos apressados, "sal de outroras vagas", sonhos e quimeras, encontro de realidade com a ficção, mas, sobretudo, uma procura intensa de respostas que se repetem nos ecos e silêncios da própria inspiração".

xxx

Importante que, num mundo de tanta competição e no qual a poesia é, muitas vezes, esquecida, Oldemar Justus, driblando a frieza dos dias cinzentos e dos compromissos oficiais, escreva (e publique) reflexões poéticas como esta:

"Por via das dúvidas,
Na falta da verdade,
trabalho as minhas certezas".

Fonte: Seed e Tablóide Digital

A poesia de Oldemar:


INVENTOR

Inventei esses mares,
O céu, estrelas, tudo,
A nave que me leva,
O porto que ,e espera,
A brisa que me aquece.

Inventei o passado, o futuro,
Os sonhos que não rive,
Os beijos que não dei.

Só não inventei esra saudade,
Que nasceu quando inventei você.

OLDEMAR JUSTUS
Pág. 35 do livro VOLÚPIA – Edição das LIVRARIAS CURITIBA

Um comentário:

Anônimo disse...

GOSTARIA DE SABER SE O SR. OLDEMAR JUSTUS ESTA ENTRE NÓS E SABER SE ERA ACORDEONISTA E PASSOU PELA EMISSORA RÁDIO CLUBE DE PONTA GROSSA. PARECE QUE ERA ACORDEONISTA FAMOSO.SOU GRATO SE INFORMAREM.