quarta-feira, 25 de agosto de 2010

RASCUNHO & BORRÃO poesia de Paulo Roberto Wallbach

RASCUNHO & BORRÃO

Nas linhas pautadas do velho caderno
aterrissam sonhos, que viajam em mim...
Vêm de algures, além do inverno,
ao porto seguro da pista molhada,
em versos sem fim...

Pedaços poemas, delírios sem asas,
fonemas opacos que vêm para mim;
às vezes quebrados, não chegam, não vingam,
se perdem no espaço...
e viram poeira num outro jardim.

Palavras sem forças, sem nexo, sem voz,
que risco e apago e faço borrão.
Pensamentos que fogem, se soltam no ar,
e voltam sem vida na mente cansada
de minha emoção...

Os versos que morrem no ventre da alma,
são sementes estéreis jogadas no chão...
Sepulto as letras nas pautas vazias,
escritos perdidos à espera de luz,
meu lápis riscando em traços em cruz...
fechando o caderno rascunho e borrão!

Paulo Walbach Prestes
É Poeta, pertence ao Centro de Letras do Paraná
Ocupante da Cadeira 29, do Patrono Fernando Amaro, da Academia Paranaense da poesia.
Poema com Menção Honrosa no Concurso de Poesia da Academia de Letras de Cachoeiro de Itapemirim, em 2010.

Nenhum comentário: