segunda-feira, 20 de setembro de 2010

RESULTADO DO CONCURSO LITERÁRIO DE IRATI – 2010

Concurso promovido pela ALACS (Academia de Letras, Ciências do Centro-Sul do Paraná), com apoio da Fundação Denises Stoklos, Prefeitura Municipal de Irati, Núcleo Regional de Educação/Irati e Grêmio Haicai Chão dos Pinheirais.

Foram cerca de trezentas inscrições, cujo tema foi Irati. Participaram candidatos de Irati, Ponta Grossa, Guarapuava, Paranavaí, Rebouças, Imbituva, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina.

Os classificados receberão seus troféus e diplomas em 20 de novembro de 2010, (sábado) às 16 horas, no Centro Cultural Clube do Comércio.

A Comissão Organizadora agradece aos participantes, como também cumprimenta a todos os vencedores.

Relação dos classificados nas modalidades, a saber:

MODALIDADE: TROVA

1º Lugar
Sônia Maria Ditzel Martelo (Ponta Grossa)
Irati

2º Lugar
Luiz Gondim de Araujo Lins (Rio de Janeiro)
Irati

3º Lugar
Sônia Maria Ditzel Martelo(Ponta Grossa)
Irati

MODALIDADE: HAICAI

1º Lugar
Raniely Pereira dos Santos (Irati)

2º Lugar
Sávio Guilherme de Paula (Irati)

3º Lugar
Samara Laís Batista (Irati)

4º Lugar
Paola Marques (Irati)

5º Lugar
Fernanda Byczkovski (Irati)

6º Lugar
Márcia Daniela Pianaro Valenga (Irati)

HAICAI/ MENÇÃO HONROSA/ ORDEM ALFABÉTICA

Ana Carolina Cordeiro da Silva, Eliezer Blan/Taciana Aparecida Bassani /Silvia Maria Svereda /Eric Gabriel Vieira de Lima (Todos de Irati)

MODALIDADE: POEMA LIVRE

1º Lugar
Paulo José Miskalo (Irati)
As margens do rio

2º Lugar
Rita Camargo Caldas (Guarapuava)
Cidade dos encantos

3º Lugar
Sonia M. Ditzel Martelo (P. Grossa)
Irati de meus encantos

4º Lugar
Danuta Maria Sloma (Irati)
Encantos de Irati

5º Lugar
Wellington V. Celis Batista (Irati)
Irati

POEMA LIVRE/ MENÇÃO HONROSA/ORDEM ALFABÉTICA

Adan Rafael de Almeida (Imbituva)
Linha do tempo

Daniel Henich (Irati)
Irati

Gaspar Valenga (Irati)
Irati

Dr. Hélio Destro (Campo Belo/ São Paulo)
Declaração especial de amor a Irati

João Alberto Dumas (Curitiba)
Onde fostes hoje?

Luiz Gondim de Araújo Lins (Rio de Janeiro)
Pousos

Marlyn Tows Voigt (Irati)
Coisas que deus escreve

Paulo José Miskalo (Irati)
Em fevereiro


MODALIDADE: CRÔNICA

1º Lugar
Rafael Felipe Lucas (Irati)
Desatino

2º Lugar
Henry Claude Stelmarsczuk (Irati)
O cavador de poços

3º Lugar
Leandro Ditzel (Irati)
Irati, ontem, hoje e sempre

4º Lugar
Gaspar Valenga (Irati)
Irati.

5º Lugar
Scheyla Horst (Guarapuava)
Domingo solar

CRÔNICA/MENÇÃO HONROSA

Henri Claude Stelmarsczuk: (Irati) Um herói, um sonhador, um professor

MODALIDADE: PEÇA TEATRAL

1º Lugar
Maigon André Molinari (Irati)
As estrelas mortas

PEÇA TEATRAL/ MENÇÃO HONROSA:

Maria Aparecida Batista (Irati): Retratos da vida

TEXTOS CLASSIFICADOS EM 1º LUGAR EM CADA MODALIDADE

Trova: 1º Lugar

IRATI

Pelas bandas de Irati
Foi quedar meu coração,
Meu lugar é hoje aqui
Neste pedaço de chão
Autoria: Sônia Maria Ditzel Martelo


HAICAI: 1º Lugar
Caminho da escola
A neblina esconde tudo
Manhã de Irati
Autoria: Raniely Pereira dos Santos

POEMA LIVRE: 1º lugar
AS MARGENS DO RIO

Já vai longe o tempo
Em que havia antas nadando
Talvez sob o olhar atento de alguma onça
Às margens do rio
O sertão deu lugar aos trigais
E estes às casas
Araucárias centenárias, lar de bugios
Também se foram
Levadas pelos trilhos
E assim nasceu Covalzinho
Que mudou também
Virou Irati
Mas às vezes
Nessas ruas, que são o meu quintal
E às margens do rio
Entre as araucárias
Imagino que ainda passeiam
Antas, onças e bugios
Autoria: Paulo José Miskalo

Crônica: 1º Lugar
DESATINO

Houve quem me ajudasse na empreitada de derrubar a lua, amarela, feita de cartolina, do alto do morro da santa. Foi plano meticuloso, desatino, idéia de madrugada, croqui em papel de guardanapo, desenhado sob a luz de âmbar do Dom Quixote. Tudo bem medido, com a ponta dos dedos, num mapa feito de açúcar que furtamos do balcão da padaria Iraty. A questão do trem, que passa balançando a noite, assustando as águas do arroio, foi resolvida com algodão que espalhamos pelos trilhos. Os guardiões a apitarem de hora em hora, guiando suas bicicletas nas brumas, trancamos todos com cancelas feitas de isopor. Então ouvi teus passos, tão perto, não sou médico, mas sei quando o sangue toma rumo contrário dentro do corpo. Saio do plano e dou nos teus olhos, o mundo vem todo desarrumado, meus pensamentos empilhados feito carrinhos de choque de parque de diversões e eu dizendo pra dentro letra por letra o teu nome e o céu da boca desmanchando. Quis te dizer é “inverno” e te oferecer meus casaco, mas tive medo de mexer no vento e esperei sozinho chegar ao meu peito o mesmo sopro que já havia passado por teus pulmões. Quis te dizer “foi aqui na Praça da Bandeira que tudo começou”, mas lembrei da Praça da Matriz e pensei que na verdade tudo poderia começar naquela igreja. Procuro agora quem me ajude na empreitada de tentar colocar de volta a lua, amarela, de cartolina, no alto do morro da santa. Vou zanzar rua por rua desta cidade com nome de mel. Espero que volte pelo mesmo caminho. Quebrarei garrafas de vinho e espalharei os cacos pelo chão, esperando que a luz difusa dos postes venha transformá-los em estrelas sob os teus pés. Da Casa da Cultura vem uma música, destas com o jeito dos rádios antigos, posso ouvir baixinho. Ouço teus sapatos, procuro tua mão num convite, e te conto: “nunca dancei contigo debaixo duma lua destas”...
Autoria: Rafael Felipe Lucas

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