quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

COM A PALAVRA: LUIS RENATO PEDROSO

A alegria por dirigir o Centro de Letras do Paraná

“A alegria é o sol das almas: ilumina a quem possui e reanima a quantos recebem os seus raios”. (São João da Cruz).

1. - INTRÓITO:

Mais um exercício cumprimos a frente de nosso Cenáculo. Tão prazeroso é o nosso convívio neste Templo de Cultura, que o cognominamos, de “Segunda Casa de todos nós”.

Bem por isso, a alegria de todos os momentos, que hoje culmina, domina-nos inteiramente, fazendo-nos evocar o pensamento do mestre de vida espiritual, São João da Cruz, que Teresa de Jesus chamava de seu “Pequeno Sêneca”, e que nosso confrade, hoje imortal da Academia Paranaense de Letras, Jeorling J. Cordeiro Cleve nos lembra, mui apropriadamente, encimando esta fala.

Na realidade, tradicional entidade cultural, fundada em 19 de dezembro de 1912, prestes a completar cem anos, como nosso Universidade Federal do Paraná, a mais antiga do Brasil, o nosso Centro de Letras do Paraná vem se notabilizando pela promoção de importantes eventos, reunindo o que há de melhor no meio intelectual de Curitiba.

A solenidade de hoje, ocaso de muitas realizações no decorrer de 2010, presta-se para a rememoração de tudo que foi feito, lembrando os pródomos da criação do soldalício homenageando a província paranaense e recepcionando os novos associados.

Saudamos, portanto, com todas as veras do coração, aqueles que aqui estão gratos pelo prestigiamento sempre dispensado.

Sejam bem-vindos e que as Graças Divinas recaiam sobre os seus familiares!

2. - Cultura, Responsabilidade Histórica:

Templo de Cultura, como apontado, orgulhamo-nos em pertencer ao Soldalício de Euclides Bandeira e Emiliano Perneta, usufruindo para nosso gáudio e de tantos que para aqui acorrem, de momentos de entretenimento intelectual e convívio fraterno.

Entendemos a cultura tal como nos expõe a escritora e imortal da renomada Academia de Letras do Vale do Iguaçu, Fahena Porto Horbatiuk, em magnífico escrito da Revista daquela academia, verbis: “A cultura, em uma definição simplificada, é tudo que aprendemos, e que não nasceu conosco, não é genética. Sob a batuta da palavra mágica cultura, abre-se um enorme guarda-chuva, que comporta muitos apelos, exigindo o direito à vida, um lugar na sociedade e o direito de criar novas referências. A cultura, como direito à criação, traz um campo de esperanças e de possibilidades reais, para os processos culturais, num momento em que a modernidade se afirma, sufocando heranças milenares, diferenças, construindo uma noção de cidadania que desconhece fraturas oriundas da modernização. Hoje se visa à desconstrução da cultura oficial e celebrista e a afirmação da memória dos sujeitos plurais que constroem a cidade”.

Daí, porque, este Cenáculo guarda alentada biblioteca com mais de vinte mil títulos e obras raríssimas, produto, na maioria, da criatividade paranaense, promovendo encontros semanais, em sessões literomusicais, exposições, recitais, concertos e lançamentos de produções literárias e, até, concursos de monografias, como o fez, recentemente, no meio universitário curitibano, sob o tema “Barão do Serro Azul, o homem, o empresário, o herói da História do Paraná”.

Complementando, edita, semestralmente, a apreciada “Revista do Centro de Letras do Paraná”, contendo artigos, crônicas, poesias, notícias e comentários, cujo nr. 56 está no prelo.

Cumprimo-nos, assim, a Missão Histórica: fazer e divulgar a cultura!

3. - Um pouco do que foi feito:

Desafortunadamente, por falta de maiores recursos, a diretoria, com a valiosa contribuição dos associados e pessoas de boa vontade, conseguiu, parcialmente, aquilo a que se propunha.

Contando com a módica mensalidade de dez reais ou anuidade de cem reais, a locação de algumas unidades a valor bastante módico e auxílio financeiro do Banco Bradesco, graças ao empenho pessoal do benemérito vice-presidente Antonio Bornia, que nos destinou, em duas parcelas, quarenta e cinco mil reais, e da Binacional Itaipu, através do confrade e meu conterrâneo Jorge Samek, que está nos remetendo quinze mil reais, como o fez, em vinte mil reais ao final do exercício anterior, temos sobrevivido, a duras penas, com muita economia...

Por outro lado, a exceção da Fundação Cultural de Curitiba, que nos brinda com a gravação dos eventos, o Poder Público nada oferece e, pelo que sentimos e lamentamos, também às demais entidades.

Remunerando, condignamente, os eficientes servidores e procedendo reparos para a conservação dos próprios do Centro de Letras do Paraná, determinamos a pintura dos edifícios Euclides da Bandeira, este onde estamos e Emiliano Perneta, o em anexo, com troca de persianas e reforma total de um outro apartamento, bem como,a reconstrução do telhado deste auditório.

Não nos é possível, no momento, apresentar o balancete correspondente, como seria do nosso agrado, o que, porém, será feito ao final da gestão.

Demais disso, fomos agraciados, para enriquecimento de nossa biblioteca, com noventa e sete livros, bem como, um computador, este por nímia gentileza de nossa confreira Lygia Lopes dos Santos.

A secretaria, por seu turno, expediu mais de noventa, quase cem ofícios, convites e comunicações, enquanto recebeu outros tantos, afora jornais, boletins e publicações várias. Finalmente, foram realizados quarenta e um eventos literomusicais, inclusive reuniões da Diretoria e Conselho Fiscal, bem como, da douta Academia Paranaense da Poesia, com ênfase à premiação dos vitoriosos no “Concurso de Monografia sobre o Barão do Serro Azul, retro mencionado.

Como ponto alto e relevante deste período, destacamos a significativa “Homenagem do Instituto Neo Pitagórico”, ocorrida no último dia 05, no Templo das Musas e que muito nos honrou e sensibilizou, por isso que se trata de respeitabilíssima instituição de caráter místico-moralista, fundada pelo saudoso paranaense Dario Velozzo e dirigida, por muitos anos, pelo inesquecível professor Rosala Garzuza, que sempre consideramos uma das maiores expressões culturais de nossa terra, com o atributo de “homem santo”.

Eis, em síntese apertada, o que significa e significara o ano de 2010, para o Centro de Letras do Paraná.

4. - Epílogo:

Não devo fazê-lo, todavia, sem cumprimentar e louvar os nossos confrades e confreiras, convicto de que muito poderão oferecer, em prol da cultura e da confraternização.

Somos e seremos, tal como aconteceu no passado, bastante receptivos, em acolhendo, carinhosamente, aqueles que enriquecem o corpo associativo, o que será melhor demonstrado, não só pela intérprete neste ato, senão, também, no decorrer dos dias, porque reforçada estará, mui valorosamente, a nossa vanguarda no bom combate, em prol da cultura!

Reiterando o agradecimento pela colaboração de tantos, notadamente dos que aqui se encontram, erguemos prece a Deus Menino, cujo Natal vivenciaremos em breves dias, para que a todos prodigalize com muitas benções e Graças, ofertando esta Oração, da nossa caríssima Adélia Maria Woellner.

Obrigada, Senhor,
por tudo que me deste
pela vida, os sentimentos, o dom;
pela sensibilidade,
pelos momentos de inspiração;
pela dor, as lágrimas, o sofrimento,
pela alegria e, até felicidade,
pelo poder de dar colorido à emoção.
Obrigada, Pai
pelo amor todo que me deste,
pelo amor que foi capaz de conceber
pelo meu corpo e minh’alma,
pelo amor que pude, também,oferecer.
Obrigada, Senhor
pelo que já pude resgatar, nesta vida,
pelas lições que me foram dada a aprender,
pelo privilégio
das vidas que de mim nasceram,
pelo que pude dar de afeto e compreensão;
pelas mãos e ouvidos amigos que me cercaram,
nos momentos turvos de aflição...
Obrigada, Senhor
por este momento de paz e gratidão,
por este poema que brota com humildade...
Recebe-o, Pai!
E se não for pedir demais, tem piedade
de mim e de toda a humanidade,
e protege a todos
com teu manto de infinito perdão...”


Curitiba, 14 de dezembro de 2010.
Luis Renato Pedroso
Presidente.

Veja abaixo algumas imagens da Sessão Magna do Centro de Letras do Paraná, realizada em 14 de dezembro de 2010.

Sessão Magna

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