terça-feira, 8 de março de 2011

Samba Portátil - Lançamento CD

Carlos Machado está lançando seu novo CD, que se chama SAMBA PORTÁTIL, onde tenho o prazer de ser o letrista em 10 composições. Convido vocês para conhecer este trabalho que está disponível (por tempo limitado) para DOWNLOAD GRATUITO em
www.carlosmachado.bandcamp.com

um coração só não faz canção

não se fazem mais
amores como antigamente
antes para fazer um amor
bastaria um para sempre
no meio da gente

até que um dia de repente
o amor deixasse de nos amar
e nunca mais a gente
amasse novamente

não se fazem mais
canções como antigamente
antes para fazer uma canção
bastaria um coração
dar a letra da sua mente

até que um dia de repente
alguém risca nosso cd
ou o rádio fica indiferente
e nunca mais toca eu e você

sei o que você sente
mas amor, simplesmente,
sem a gente no refrão
um coração só não faz canção

Samba Portátil é o segundo CD com composições de Carlos Machado (Curitiba 1977). Nesse trabalho, as músicas foram compostas por ele (algumas com seu parceiro, o poeta curitibano Fernando Koproski e com o poeta e compositor Alexandre França). A produção do CD foi feita por Carlos e pelo violonista Murillo Da Rós (que o grava há 12 anos). Para a gravação das 15 músicas, Carlos optou por explorar e gravar sozinho todos os instrumentos (violão, baixo, guitarra, escaleta, piano, teclado, percussão, cajon, palmas etc.).

Ouça e baixe o CD Samba Portátil no site WWW.carlosmachado.bandcamp.com
Contatos: carlosmachado.cm@pop.com.br
41 - 91945522


Carlos Machado une poesia ao samba em seu novo disco
Posted: janeiro 27, 2011 by Notícias da Província in Análise/Crítica, Música
Por Jonatan Rafael

Não se fazem mais canções como antigamente. A frase, que parece um clichê saudosista, é, na verdade, um dos versos de “Um coração só não faz canção”, a abertura do disco Samba Portátil de Carlos Machado. O incrível é que Machado nos faz lembrar antigas composições de Chico Buarque, tanto pela melodia, pela entonação da voz quanto pelas letras – algumas escritas em parceria com o poeta curitibano Fernando Koproski. (Comparar a Chico deve ser tomado como um elogio.)

“Oração” é a elegia perfeita, junta a bossa nova, jazz e um “vale de súplicas”. “amor, não me acuse de traição / todo este evangelho da beleza / que foi escrito em sua pele / a minha pele lê com perfeição / se eu leio com minhas mãos” são versos que fundem lirismo e erotismo, a libertinagem de Bandeira, talvez. Há um sentimento barroco implícito, quando o amor é sinônimo de religião, mas isso não tira qualquer mérito dessas linhas, ao contrário, dá a elas uma beleza de rara intensidade em nossos tempos.

Apesar de o título sugerir um álbum de samba, rotulá-lo torna-se restritivo, e não descritivo. Por exemplo, a faixa que dá nome ao disco começa com um solo amistoso de guitarra, mas se percebe claramente algo que ficou conhecido como “caetanear”, ou seja, a fusão de ritmos, sem medos nem ressalvas.

“O mundo vai acabar de noite ou de dia”, disse James Dean em Juventude Transviada, e esse pequeno verso parece ser a inspiração para a faixa Às Vezes. “às vezes o mundo / acaba em um dia / às vezes acaba em / prosa toda a poesia / (…) / às vezes a gente deixa / o mundo acabar em um dia / às vezes a gente lava raiva e roupa suja” é um forma poética de não sintetizar o carpe diem, de afastar as preocupações e problemas e viver como o amanhã nunca chegasse. De novo: as músicas são pensadas como poesia, como força motriz e não somente como uma base para um “lá, lá, lá”.

“As pessoas são você” é poesia pura. O violão leve à lá Moska é a maneira encontrada para que a letra esteja em primeiro plano, em um sussurrado. “em qualquer dia, ainda é noite / as pessoas são você / (…) / cuide de si”, faz do amor ao próximo um mandamento, se você é cada um e cada um é você, nada mais natural que a gentileza, correto? Aqui, a poesia de Koproski fica evidente, não da maneira fúnebre como a lírica poética é vista, através de um eterno olhar bayroniano de alguns críticos, mas por meio da finessè natural de quem ama.

O amor é o tema de todas as canções. TODAS! Não há limite para interpretações, cada qual ama aquilo que mais lhe aprouver ou o que lhe é permitido. Por isso, ouça com atenção “Por que haveria?”, “Canção de Amor”, “Canção Triste”e “Borboletar”. Depois me diga se você não sentiu de participar de um free hugs.

Carlos Machado é astuto. Uniu-se a um poeta, buscou na “alta MPB” inspiração e resolveu divulgar seu novo trabalho da forma mais moderna possível: o download. Para quem quiser, todas as 15 faixas estão disponíveis nesse endereço. Ainda bem que se fazem canções como antigamente. NP

Biografia de Carlos Machado:

LITERATURA

“A Voz do Outro”, primeiro livro de contos de Carlos Machado publicado pela 7letras em 2004.
“Nós da Província: diálogo com o carbono”. Livro de contos publicado pela 7letras em 2005.
“Balada de uma Retina Sulamericana”. Uma pequena novela publicada pela 7letras em 2006.

MÚSICA

“TENDÉU”. CD com composições de Carlos Machado (e parceiros como Ricardo Corona, Fernando Koproski, Alexandre França e Luiz Felipe Leprevost), gravado em parceria com a cantora manauara Esther Tribuzy em 2009.

“Samba Portátil”. CD com composições de Carlos Machado (com os parceiros Fernando Koproski e Alexandre França)

Com a banda Sad Theory (de rock pesado) Carlos Machado (fundador da banda em 1998 junto com Juan Viacava) lançou 4 CDs: “The Lady and the Torch”, de 2002, “A Madrigal of Sorrow”, de 2004, “Biomechanical”, de 2006 e “Descrítica Patológica”, de 2011.

Fernando Koproski nasceu em Curitiba, em 22 de janeiro de 1973. Publicou os livros de poemas: Manual de ver nuvens (1999); O livro de sonhos (1999); Tudo que não sei sobre o amor (2003), incluindo CD que apresenta leitura de poemas na voz do autor e temas musicais compostos por Luciano Romanelli; Como tornar-se azul em Curitiba (2004); Pétalas, pálpebras e pressas, livro selecionado para publicação pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (2004); e Nunca seremos tão felizes como agora (7 Letras, 2009).

Como tradutor, organizou e traduziu a Antologia Poética de Charles Bukowski Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém (7 Letras, 2005), bem como a Antologia Poética de Leonard Cohen Atrás das linhas inimigas de meu amor (7 Letras, 2007). Lançou o CD Poesia em Desuso, registro ao vivo do recital que fez com o músico e compositor Alexandre França, apresentando poemas autorais, traduções e sua parceria musical, em 2005.

Como letrista, tem composições gravadas por: Beijo AA Força no CD Companhia de Energia Elétrica Beijo AA Força; Alexandre França no CD A solidão não mata, dá a ideia; Casca de Nós no CD Tudo tem recheio; e Carlos Machado nos CDs Tendéu e Samba portátil.

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