domingo, 1 de maio de 2011

Resenha do livro O Poeta Vencido de Edimo Ginot, por Lília Maia


Foto: Ana Flávia
Poeta Vencido

"Foram bons os tempos de poesia.."." (Edimo Ginot)"

Ele autografou o livro com essas palavras. Notei um nó na minha garganta quando li a frase e; bateu uma grande saudade.
Fechei os olhos por um momento e lembrei dos anos em que passamos trocando "figurinhas literárias". Eu com o meu romantismo inseparável e ele lá no seu canto dark, como costumava dizer.
O nó na garganta não era apenas de saudade, mas também de encantamento e orgulho.
Encantamento por ter nas mãos um livro de poesia de um poeta vivo, de um poeta do meu tempo, de alguém que como eu, um dia teve coragem de digitar palavras e teimar em chamá-las de poesia, depois lançá-las na REDE.
Encantamento também por saber que logo ali, quase na esquina, mora um poeta de carne e osso, cujo olhar não conheci, mas nem foi necessário, porque suas letras trataram de aproximar nossos afetos.

Me encanto ainda em perceber que o poeta foi vencido pela poesia... Sim, ela venceu mais uma vez através da pena de um poeta louco, o qual eu costumava chamar carinhosamente de "Bico de Pato".
Meu orgulho é ser merecedora de ter esse belo livro ao alcance dos meus olhos.

Poeta Vencido foi prefaciado pela delícia da Rosa Pena e traz a coletânea dos versos de um homem que conhece a realidade onde vive, que sabe das dificuldades de viver seus sonhos e que tem a máxima certeza de que muitos deles nunca serão realizados.

Edimo Ginot me deixa "pasma" e escreve exatamente o que eu gostaria de ter dito se não fosse tão "bobamente"; romântica e crédula.
Ainda noutros tempos, quando eu lia quase que diariamente seus textos postados na internet, eu me via aqui, sozinha, diante da tela do computador, ora com os olhos marejados, ora com meu olhar ardido a dizer para meus dedos: - Quisera eu ter escrito isso!

Já li várias vezes Poeta Vencido e passeei com ele por vários locais de Curitiba. Levei-o ao Jardim Botânico, onde o único livro que eu lá eu havia lido, fora Mensagem de Fernando Pessoa.
Eu li Edimo Ginot acompanhada de trinados insistentes de uma porção de sabiás, coleiros, canarinhos, gralhas e quero-queros.

E o "Seu" Pessoa que se cuide, pois Ginot tem sido um belo fingidor à altura dos meus olhos. Sua poesia merece ser lida com zelo e coração aberto a modo de tentar decifrar suas entrelinhas, embora eu creia que elas já me tenham devorado...

Ao poeta que me sabe, meu eterno agradecimento por cada verso, por cada estrofe, por cada poema que nos permitiu a leitura num livro que, para nossa sorte, ousou tirar de sua gaveta!

Escolhi duas poesias para exibí-las aqui:

Godiva - página 49
(Edimo Ginot)

tal qual Godiva
tu cavalgas nua
nos meus pensamentos

e nos meus sonhos
tu te insinuas
ao meu olhar atento

mas quando acordo
eu só tenho a lua
como meu alento


Estrelas - página 88
(Edimo Ginot)

e eu me ponho
a contar estrelas
como se o universo
tivesse um fim

e me disponho
em talvez retê-las
num simples verso
de um poema ruim

mas é só sonho
não posso tê-las
então desconverso
é melhor assim

SOBRE O LIVRO:
ISBN-13:9788577186556
ISBN-10:8577186555
Acabamento:Nº da Edição
Ano Publicação:2010
Nº de Página:152

O livro encantador de Edimo Ginot poderá ser adquirido na: ALL PRINT EDITORA - Telefone (011) 2478-3413

Lili Maia e Edimo Ginot - São de Curitiba-Paraná.
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