sábado, 14 de maio de 2011

Revista Escrita nr. 16 - editada pela Guatá está em circulação celebrando a diversidade

A Revista Escrita, empreitada literária da Associação Guatá, está na 16ª edição. A publicação está circulando em bancas, pontos culturais, bibliotecas de escolas e pelo sistema que leva a revista de mão em mão. No próximo domingo, Escrita irá brindar a diversidade criativa da região no Café com Teatro, evento que reúne várias formas artísticas em um só espaço.

Neste número, a edição se mantém firme no objetivo de ser um veículo plural, retratando em suas páginas as obras de artistas, escritores e profissionais da palavra e da imagem, ao lado de criações de autores que ganham a vida em outras atividades, gente anônima, de origens variadas, que apenas usam a arte como forma de expressão.

Tem sido assim desde a publicação da edição número zero da revista, lançada em meados de 2007.

Desde então, cerca de 400 pessoas, de várias cidades e estados do Brasil, além de convidados de outros países, como do Japão, França, Itália e dos vizinhos Paraguai e Argentina, têm emprestado a sua labuta imaginária para trocar impressões sobre o mundo e as pessoas, sobre a cultura e a sua forma mais bem acabada: a arte.

Escrita é dividida em duas sessões principais. A “Olhos”, apresenta material visual como fotografia, artes plásticas, desenhos e esculturas. Já a sessão “Palavra” traz textos literários nos gêneros de poesia, conto e crônica, opiniões, ensaios e resenhas.

Além de se constituir em um canal de expressão, a revista também é uma ferramenta do projeto Tirando de Letra, mantido pela Guatá, com o objetivo de popularizar a leitura e a escrita. A iniciativa oferece textos literários e espaços de publicação alternativos, como a própria Escrita, juntamente com volantes, colantes, exposições, adesivos e outros materiais.

Este acervo surpreende o leitor acostumado a pensar em literatura e arte apenas nos livros e em espaços convencionais. Este é exatamente a intenção: demonstrar que este gênero está em todo o lugar e todas pessoas podem se arriscar pelos caminhos da literatura e da arte.

A Revista Escrita tem uma tiragem de 2 mil exemplares, sendo que parte desta tiragem é comercializada e uma quantidade da revista é distribuída gratuitamente entre professores e estudantes da rede pública estadual de educação, para a utilização como material de apoio nas atividades de arte e literatura. A parte interna da revista é toda em preto e branco, como forma de preservar a originalidade e a essência dos trabalhos publicados.

A edição e o projeto gráfico da Escrita são assinados por Silvio Campana, jornalista e produtor cultural.


BABEL ESCRITA – Do Paraguai, um professor, uma jornalista e uma estudante de arquitetura. Uma dona de casa e uma estudante de letras, brasileiras. Um texto bilíngue, espanhol e guarani, celebra a miscelânea. Assim é a edição 16 da Revista Escrita, babel de culturas, enlace de idiomas, mistura de sotaques e cores.

Página da Escrita 16, com a participação dos gaúchos Isis Araújo e Pablo Conde, ela estudante de Medicina, ele, ilustrador.

Andréa Palmar Almeida, uma das brasileiras radicada no Paraguai, comenta a sua primeira participação na revista. "Escrevo quado sinto necessidade de estravasar o que sinto. Algumas pessoas ja tinham elogiado o que escrevo, te confesso que nunca tive pretensões em ser uma poetisa. E, na verdade nunca tive um incentivo como esse que a Escrita está me dando. Penso que o trabalho de vocês é imprescindível à cultura, novos talentos poderão ser descobertos ou até mesmo se descobrirem!"

Já Sofi Gonzalez Gamez, paraguaia, de 22 anos e estudante de arquitetura, comenta sua arte fotográfica incluída na Escrita. "Achei muito legal o espaço que a Guata me deu, é uma forma bonita de mostrar como vejo através da minha lente e assim deixar uma lembrancinha minha em um país que não é o meu, mas que levo no coração mesmo".

Neste número, 36 autores compõem a revista, distribuídos em 40 páginas. Sempre tentando reunir formas, visões e idéias diferentes, há um grande número de “diferentes”, nesta Revista Escrita. De Pelotas, por exemplo, Isis de Araújo e Pablo Conde fazem uma parceria, texto e ilustração, inéditos, de um conto criado especialmente para a Escrita.

Pablo diz que achou ótimo conhecer o trabalho da Guatá, "considero que além de uma canal pra divulgar o trabalho da gente, a Escrita é também uma grande oportunidade de trocar informação com uma galera de fora do Rio Grande do Sul."

DE FORA, DE DENTRO - As "palavras" da escrita estão cada vez mais diversificadas na geografia. De Taubaté, por exemplo, a colaboradora da Guatá, Fábia Tonin, envia o conto “Kaô” para se alinhar com outro também bem humorado, de Tati Lopatiuk, uma iguaçuense que agora mora na capital paulista. Ainda do estado de São Paulo, Bruna Galvão, de Pindamonhangaba, comparece a uma das seções de “Epidemia de poesia”. A edição ainda conta com textos do Rio de Janeiro, da Bahia e do Paraná.

Na sessão “Olhos”, destaque para o iguaçuense Lalan Bessoni e suas ilustrações. Além dele e Pablo, Vania Piorezan participa com ilustração. Ainda estampam as páginas, as fotografias de Áurea Cunha, Caroline Lopes, Claimar Granzotto, Bell Oliveira, Harry Schinke, Lucia Misael e Fernanda Regina da Cunha.

Aliás, Fernanda assina um dos três textos opinativos da edição, discorrendo sobre a grande mídia e a sua falta de comprometimento com a boa informação, abordando a barbárie recentemente ocorrida no Rio de Janeiro. "É imprescindível que tenhamos a convicção de que todos os fatos têm um fundo gerador, minha tentativa foi abordar um pouco sobre este tema, discorrendo sobre aquilo que muitos utilizam para formar suas opiniões, ou seja, a imprensa."

Os outros dois textos opinativos são de Ben-Hur Demeneck, que desde Joinville, SC, opinou sobre o aniversário do golpe militar brasileiro e a necessidade de se abrir os arquivos do regime fardado. Já o professor Paulo Renato da Silva, da Universidade Federal da Integração Latino-Amerciana (Unila), tratou do movimento de cineclubes.

Do campus da Unila ainda comparecem três estudantes. A gaúcha Lisete Barbosa, da área de economia, escreve poesia, assim como Tony Vilasboas, enquanto que o uruguaio Gúsman lança uma prosa diferente, em espanhol.

Nesta Escrita 16, também tem a experiência do senhor Onofre Barbosa, aposentado da vizinha cidade de Cascavel, que conta um pouco de sua experiência de vida. A verve popular deste número se completa com o b-boy Edson Carvalho e a liderança indígena a Bahia, Juvenal Payayá.
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