terça-feira, 5 de julho de 2011

Virundum, Poesia de Edimo Ginot

Virundum
Edimo Ginot

no rio das margens plácidas
hoje só corre o esgoto
águas podres, águas ácidas
no rio que morreu de desgosto

o povo heróico do grito
grita forte e grita alto
é o grito de um povo aflito
que tem medo de assalto

quis saber do braço forte
que queria a igualdade
hoje está fraco e sem norte
subserviente à caridade

perguntei da mãe gentil
mas seu destino foi nefasto
deixou os filhos que pariu
aos cuidados de um padrasto

procurei a verde floresta
que todo dia é aviltada
achei foi uma grande festa
a celebrar a pátria "amada"

procurei no céu azul
para achar algo imaculado
achei o cruzeiro do sul
sorte ninguém ter roubado

o gigante dorme, não acorda
não solta a corda do lastro
e enquanto dormia, os calhordas
roubaram a vela e o mastro

pátria não é só a terra
é a terra e o povo também
mas não basta o povo que berra
muito reza e diz amém

e ainda há salvadores da pátria
que se revezam a cada dia
prometendo tudo a todos
realimentando a fantasia

fazem discursos pomposos
em crescente demagogia
mas, embaixo do pano, jocosos
aproveitam a mordomia

dizem que não sou patriota
e querem mudar minha visão
eu só digo: não sou idiota
só quero o bem da nação

Nenhum comentário: