Rio abaixo
Tantas correntes!
Tantos desvarios!
Tão poucas
consciências descontentes
E, em tão imensa
multidão, as gentes
Riem de dias cada
vez mais frios!
Riem felizes,
tiritando os dentes,
Riem felizes, não
ouvindo os chios
Que esperam essas
águas concorrentes
Que passam por
lugares tão sombrios!
E todos,
deslizando, vão em paz,
Cada vez mais
gelados e também,
Para aquecer-se, se
abraçando mais.
Vão todos: e se sai
alguém da terna
Turba, para escapar
do que lhe vem,
Levam-no,
sorridentes, pela perna.
Ralf Rotstein
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